Por Ricardo Marchesan

Em Taiwan, deixe um pouco de comida no prato depois de uma refeição. Se você estiver na Tailândia, não fale sobre o filme “Anna e o Rei”. Na Índia, sinalizar “não” com a cabeça quer dizer “sim”. Nunca diga “não” a um chinês ou “tim-tim” durante um brinde no Japão (significa “pênis” em japonês). Em compensação, pode arrotar à vontade depois de um jantar na Coreia do Sul.

Parecem conselhos estranhos? Mas todos estão presentes em um guia de viagem que a ArcelorMittal Tubarão, unidade no Espírito Santo da empresa de aço, disponibiliza para seu funcionários que viajam para o exterior.

Além de orientações sobre costumes e cultura de 43 países, a publicação também tem informações práticas, como procedimentos de alfândega, telefones úteis, horários comerciais, gorjetas que devem ser dadas nos estabelecimentos e até sobre eletricidade.

José Augusto dos Santos Servino, gerente geral de RH da empresa, foi o idealizador do projeto. “Tive a ideia para que as pessoas tenham uma base para errar o mínimo possível”.

Segundo ele, o guia foi desenvolvido com informações buscadas em diversas fontes, como as embaixadas dos países. Além disso, os funcionários podem acrescentar experiências pessoais descobertas nas viagens.

O próprio gerente de RH já passou por situações difíceis. “Me confundi com fuso horário no Canadá, quando meu celular não atualizou a hora”. Ele chegou em um restaurante às 15h para jantar achando que era 18h.

Conhecer a cultura do país ajuda nas relações comerciais

Para Servino, saber sobre a cultura dos países é muito importante para ter assunto nas conversas, assim como levar informações do Brasil. “Sempre digo para saber dados como população, PIB e renda per capita, porque os estrangeiros se interessam por isso. Não dá para ficar horas falando sobre bunda e futebol”.

Diante de hábitos e costumes diferentes, as gafes podem acontecer. Ele afirma, porém, que isso não é motivo para entrar em pânico e não significa que os negócios vão fracassar. “Não chega a tanto. Depende do momento da negociação e do tamanho do erro. Mas, geralmente, quem vai em viagens importantes está preparado”, afirma.

Segundo Servino, o importante é ser humilde, reconhecer os hábitos e perguntar. “Se dentro da nossa casa tem regras e limites, imagine na dos outros? Observe, veja o contexto e se comporte a partir disso”.

Fonte: UOL