A palavra “crise” dá um desânimo geral em todo mundo, é ou não é? Economia morna, mercado de trabalho desaquecido, o volume de seleções vai reduzindo e aí bate aquela inquietação natural. Todos querem e precisam do emprego, e de preferência que seja aquele emprego dos sonhos. Mas como manter essa chama acesa mesmo diante dos piores cenários?

Para responder a essa pergunta é fundamental que antes você procure analisar o panorama sob um ponto de vista estratégico, amadurecido, de quem se mostra capaz de entrar na lógica do mercado em crise e se sair bem nela. É preciso que você procure esmiuçar a coisa de maneira racional, técnica, como uma águia capaz de encontrar uma presa a quilômetros de distância e sob visibilidade reduzida.

Senão vejamos. Nos momentos em que o mercado ferve, todos os candidatos correm pra se preparar. Graduações, pós, cursos extracurriculares, idiomas, preparatórios de entrevista, investimentos de todo tipo… afinal ninguém quer perder a oportunidade de brilhar em um processo seletivo e conquistar a almejada vaga. Acontece que muitos candidatos se esquecem que no momento de euforia toda a preparação acaba tendo menos valor estratégico, uma vez que a maioria dos seus concorrentes estará adotando uma estratégia igual ou pelo menos semelhante à sua. Quando as contratações estão a mil a concorrência tende a ser muito maior, porque todo mundo está atiçado pelo calor do momento e desejando a mesma vaga que você, tão ardorosamente quanto você e seguindo muitas vezes o mesmo caminho que você. A trilha do sucesso fica congestionada.

Nos momentos de crise, entretanto, o panorama é inverso. Muita gente se acomoda, ou passa a tratar seus próprios objetivos profissionais como uma possibilidade mais distante. A maior parte dos candidatos só corre atrás pra valer quando a coisa está fervendo, e por isso acaba entrando numa espiral de desânimo e letargia que os conduz a um quadro de desmotivação singular. A maioria das pessoas não tem visão estratégica. Agem apenas pelo calor do momento e dependem de motivações imediatistas para se mexerem.

Os candidatos “águias” percebem aí a grande oportunidade.

O marasmo é perfeito pra quem quer se destacar, crescer, fazer diferente, sair na frente da maioria. Este é momento ideal pra se preparar, pra correr atrás com garra, pra se dedicar. Afinal quem fizer isso agora já largará com uma tremenda vantagem quando tudo voltar ao normal. E acredite, isso vai acontecer muito antes do que a maioria espera.

Os momentos de crise reduzem naturalmente a concorrência. O somatório de concorrência menor com vantagem estratégica na largada nos conduz a uma só conclusão: se preparar no momento de crise é sempre a melhor decisão, pois aumentará consideravelmente as suas chances reais além de ter também o efeito mágico de manter a sua motivação elevada e o seu foco onde ele deve estar: na realização dos seus objetivos.

Por outro lado é importante salientar que de certa forma já começamos a observar indicadores positivos e movimentos de mercado que apontam para um quadro de recuperação.

Segundo dados da ABEAR (Associação Brasileira de Empresas Aéreas) em 2015 o país bateu o próprio recorde de número de passageiros transportados por via aérea: 94 milhões de brasileiros viajaram de avião ao longo de todo o ano passado, sendo que destes, 30 milhões fizeram sua primeira viagem de avião. A segunda maior empresa aérea brasileira, a GOL, anunciou lucro líquido de mais de 750 milhões no 1º trimestre de 2016. A líder LATAM obteve um aumento de 160% em seu caixa e a Azul recentemente recebeu aporte de cerca de R$ 2,1 bilhões (US$ 100 milhões da United Airlines e US$ 450 milhões do grupo chinês HNA).

No setor hoteleiro os indicativos também apontam um quadro de recuperação. Com o dólar alto houve um aumento do número de turistas estrangeiros em visita ao Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e região Nordeste. No Rio as taxas de ocupação para o período das Olimpíadas já supera os 90%. As grandes redes hoteleiras do exterior passaram a ver o Brasil com outros olhos, e na contramão da crise, o investimento em novos empreendimentos têm aumentado no país.

Aonde você quer estar nos próximos meses? Trabalhando? Então… mãos à obra! Prepare-se agora!

Fonte: Pan Rotas

Autor: Rodrigo Rocha

Consultor na Wapiya Consultoria em Gestão de Pessoas e Diversidade, Psicopedagogo, especialista em RH, Palestrante e Instrutor. É comissário de bordo e aeroviário de carreira, egresso do Grupo VARIG. Ministra treinamentos por todo o país e é autor de dezenas de apostilas e artigos voltados para a formação técnica e comportamental de profissionais da aviação.