Por causa da falta de trens, passageiros se revoltaram com os portões fechados da estação Francisco Morato, da Linha 7-Rubi, e depredaram a estação até a chegada da polícia. No Grajaú, a PM teve que fazer um cordão de isolamento para desobstruir a via para a passagem dos ônibus para o terminal, devido ao excesso de passageiros.

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Passageiros relataram o caos para chegar ao trabalho por causa da greve de trabalhadores que afetou ao menos 4 linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na manhã desta quinta-feira (15).

Os usuários do sistema de trens tiveram problemas no embarque dos ônibus municipais em várias regiões da cidade e os pontos ficaram lotados por causa do excesso de passageiros. O preço do transporte por aplicativo também dobrou por causa da alta demanda entre os que precisavam chegar ao trabalho e aos compromissos (veja mais abaixo).

Na Linha-7 Rubi, passageiros se revoltaram com os portões fechados por volta de 6h30 e começaram a atirar pedras e depredar as estruturas da estação. Uma senhora ficou ferida.

A polícia soltou bombas de efeito moral no local para tentar dispersar os passageiros e limpar a área depredada. Havia corrimões quebrados e concretos soltos. Os pontos de ônibus ficaram lotados. A Linha-7 Rubi opera parcialmente entre as estações Palmeiras Barra Funda e Caieiras.

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Carros por aplicativo

A passageira identificada como Rubenita tentava uma solução no local. O destino dela era Caieiras, onde trabalha.

“Os ônibus ate Caieiras estão muito caros, lotados e as corridas por aplicativos também e eu não tenho dinheiro”, afirmou ela.

De acordo com a passageira, as corridas por aplicativo que normalmente custam entre R$ 10 e R$ 12 e estavam custando entre R $ 28 a R$ 30. Uma consulta anterior ao preço de uma corrida chegou a R$ 70 para o trajeto de Franco da Rocha a Caieiras, de cerca de19,5km.

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“Está bem alto o valor. Eu entendo que é o direito deles, mas a gente também precisa trabalhar, como vamos explicar para o chefe? Já avisei ele, mas ele me disse para dar um jeito. Como eu vou fazer, não tem dinheiro!”

Já a passageira Débora tentava chegar a Francisco Morato para trabalhar. Ela está há 14 dias no novo emprego.

“A preocupação é total porque eu dependo do trem para ir trabalhar, não tem outra alternativa. Como que a gente vai chegar e dizer para o patrão que não consegue chegar ao trabalho? Então a preocupação é muito grande”, afirmou.

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Grajaú

Uma das situações mais complicadas durante a manhã foi registrada na estação Grajaú, na Linha 9-Esmeralda, onde houve aglomeração de passageiros sem transporte, tentando achar alternativas para chegar ao trabalho.

A multidão nas vias próximas da estação e do terminal Grajaú acabou prejudicando a própria circulação dos ônibus. Segundo a SPTrans, as linhas que atendem o terminal da Zona Sul “tiveram que fazer retorno, em ambos os sentidos, desde as 6h05 desta quinta-feira, em razão de interferência na via”.

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A passageira Daniela estava na região da estação Grajaú, com destino à Avenida Paulista.

“É impossível, estou esperando um milagre acontecer para eu chegar no trabalho hoje. Acho que não vai rolar. E nem voltar pra casa, eu não sei o que eu vou fazer, de verdade. Não tem ônibus, não tem Uber, não tem mototáxi, não tem nada, não tem ninguém.”

“Estou esperando um milagre acontecer. Eu saí de casa 5h40, um amigo tinha me avisado ontem que ia acontecer essa greve, eu falei “ah, vou sair mais cedo, vou de carro até o metrô e vai dar tudo certo”, mas não deu. No meio do caminho parou tudo, os motoristas dos ônibus pararam na avenida, fizeram todo mundo descer dos ônibus. Eu fui com meu sogro até uma parte do caminho porque desistiu. Eu continuei, segui andando, tentei achar um mototáxi, alguma coisa, mas está impossível.”

Santo Amaro

A passageira Luciana soube da paralisação minutos antes de sair de casa e traçou uma estratégia. Ela pegou um ônibus bem mais cheio para chegar à estação Santo Amaro. O objetivo dela era chegar ao trabalho.

“Fomos pegar o trem da CPTM e chegamos lá estava fechado, decidimos vir até aqui para embarcar no metrô, mas a entrada está bloqueada também. Vamos ter de ir até o Largo 13 para embarcar na Linha Lilás, que estará bem mais cheia”, afirma.

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Outro passageiro, identificado como Sérgio, teve de fazer o mesmo trajeto a pé até o Largo 13 para conseguir embarcar.

“Porque a linha lilás que também é metrô está fechada?”, disse ele, sem entender.

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Passageiros fazem fila para pegar ônibus já lotado na Zona Sul da capital, nesta quinta-feira (15) — Foto: Reprodução/TV Globo

Fonte: G1 Globo