A partir de 2022, estudantes do Ensino Médio 8 horas de aulas diárias. Recursos serão repassados as 3,6 mil escolas estaduais do Ensino Médio, via Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE-SP).

O vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) anunciou nesta terça-feira (20) que o Ensino Médio terá uma aula a mais implementada gradativamente a partir de 2022. O governador também anunciou investimentos de R$ 303,5 milhões para o Ensino Médio do estado de São Paulo e a contratação de até 10 mil professores.

O que muda:

  • Atualmente, os alunos do Ensino Médio no período diurno têm 35 aulas semanais (7 por dia). Eles passarão a ter 40 aulas semanais (8 por dia);
  • No noturno são 25 aulas semanais. Eles passarão a ter 33 aulas semanais (aumentando em 8 aulas a carga geral);
  • A mudança será gradual: os alunos do 2º ano Ensino Médio das escolas estaduais de São Paulo terão uma aula a mais por dia já a partir do próximo ano.
  • O 3º ano do Ensino Médio passará a ter 8 aulas por dia em 2023.
  • Para as turmas do período noturno, a ampliação para 8 aulas diárias irá ocorrer já a partir 1º ano do Ensino Médio.
  • As aulas presenciais não serão obrigatórias em agosto. Em setembro, cada escola pode reavalir.
  • O ensino híbrido, com aulas online e presenciais, deve continuar, de acordo com o secretário Estadual de Educação. “O ensino híbrido veio para ficar”, afirmou em coletiva de imprensa.

Novo Ensino Médio

No ano letivo de 2021, a implementação do novo currículo do Ensino Médio teve início para os mais de 460 mil alunos matriculados na 1ª série, de acordo com o secretário de Educação, Rossieli Soares. Em 2022, o novo modelo será expandido para os alunos da 2ª série.

O Novo Ensino Médio atende estudantes da 1ª série da rede pública estadual, por meio dos três componentes ofertados pelo programa Inova Educação – Projeto de Vida, Eletivas e Tecnologia e Inovação.

A ideia é que o próprio aluno escolha uma ou duas áreas para se aprofundar em conhecimentos específicos, conforme interesse individual.

Mais de 376 mil estudantes da 1ª série do Ensino Médio – 89% do total potencial de respondentes – da rede pública estadual manifestaram interesse no aprofundamento do currículo do Novo Ensino Médio.

Com os dados obtidos via Secretaria Escolar Digital (SED), as escolas vão definir os aprofundamentos curriculares a serem ofertados a partir de agosto, durante o processo de rematrícula.

A relação trouxe 10 opções de aprofundamento curricular. Quatro delas nas áreas de conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza) e seis opções integradas, que apresentam combinações (Linguagens e Matemática, Linguagens e Ciências Humanas, Linguagens e Ciências da Natureza, Matemática e Ciências Humanas, Matemática e Ciências da Natureza, além de Ciências Humanas e Ciências da Natureza).

Na manifestação, o estudante também pode demonstrar interesse em outros dois grupos de itinerários formativos. O segundo deles mescla as áreas do conhecimento com a qualificação profissional, via Novotec Expresso, e permite aprofundamento curricular em uma das áreas do conhecimento e dois certificados profissionalizantes durante o ano. São cursos relacionados a programação, design, dados, tecnologia, ciências sociais e comunicação, por exemplo.

O terceiro grupo, alinhado ao programa Novotec Integrado, oferece a oportunidade do estudante sair com um diploma de curso técnico e com o do ensino médio. São 21 opções de cursos técnicos: Administração, Marketing, Logística, Recursos Humanos, Comércio, Finanças, Contabilidade, Desenvolvimento de Sistemas, Informática para Internet, Serviços Jurídicos, Serviços Públicos, Guia de Turismo, Design Gráfico, Design de Interiores, Eventos, Nutrição e Dietética, Eletrônica, Eletrotécnica, Química, Análises Clínicas e Farmácia.

Garcia e Rossieli também anunciaram a criação do programa de Atividades Complementares de Arte. Será possível criar, por exemplo, grupos de teatro nas escolas.

A partir de 2022, a 2ª série contará com 10 aulas semanais dedicadas ao aprofundamento curricular escolhido conforme as opções apresentadas pela escola. Na 3ª série, serão 20 aulas.

Investimento

O investimento total para o Ensino Médio é de R$ 303 milhões. Os recursos serão repassados as 3,6 mil escolas estaduais do Ensino Médio, via Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE-SP). Pelo programa, cada escola recebe a verba e pode direcioná-la de acordo com a necessidade local.

Desta verba, R$ 150 milhões poderão ser usados para equipar as escolas em diferentes áreas do conhecimento.

“Os recursos do PDDE-SP serão destinados para que todas as escolas estaduais do Ensino Médio possam ampliar e melhorar a infraestrutura oferecida para atender às propostas de aprendizagem. O montante será dividido em quatro categorias: Novo Ensino Médio, Laboratório de Ciências, Laboratório Maker e Mini-Estúdios”, afirmou.

O valor mínimo para escolas pequenas é de R$ 10 mil, mas ele pode chegar a R$ 200 mil para escolas maiores. Cada escola pode dizer no Plano de Aplicação Financeira (PAF) em que pretende aplicar a verba.

Outros R$ 100 milhões serão destinados Laboratório de Ciências e os demais R$ 50 milhões serão aplicados na aquisição de materiais e componentes eletrônicos para o trabalho de Programação e Robótica, bem como de ferramentas e insumos, como alicates, chave de fenda e equipamentos de proteção individual (EPIs) para que os estudantes possam utilizar esses materiais enquanto constroem os seus protótipos.

Com o aumento no número de aulas, haverá mais 121 mil aulas atribuídas e potencial crescimento de 12% no total de professores com aulas atribuídas.

Para mini-estúdios serão destinados R$ 3,5 milhões. Essas unidades vão funcionar como um HUB para toda a diretoria. O estúdio será equipado para que sejam feitas transmissões e reuniões, por exemplo.

Fonte: G1 Globo