Chegar ao escritório toda manhã e passar o dia todo sentado numa cadeira não é para todo mundo. Seja pela vontade de ter novas experiências culturais, seja pela vocação para o nomadismo, muitos profissionais nutrem o desejo de trabalhar em outras cidades, estados e até países.

Felizmente, o mercado de trabalho oferece diversas opções para quem sonha em fazer as malas. A internet e os dispositivos móveis, como smartphones e outros gadgets, contribuem para a mobilidade. Não à toa, a maioria das profissões que permitem trabalhar de qualquer lugar do mundo estão ligadas ao universo digital.

A norte-americana Arianna O’Dell é um exemplo desse novo tipo de atuação. Ela é a fundadora da plataforma Airlink Marketing, que reúne profissionais de marketing, design e tecnologia que adoram viajar. Em artigo para o site da revista Fast Company, O’Dell compilou 7 carreiras que garantem flexibilidade geográfica.

1. Marketing digital

Não é necessário passar horas num cubículo de escritório para lançar campanhas de “pay-per-click” ou gerir ações nas mídias sociais. O marketing digital, hoje muito mais baseado na análise racional de dados do que em devaneios criativos, é perfeito para profissionais que desejam mobilidade e flexibilidade.

Em entrevista ao site da revista Fast Company, a norte-americana Sharon Tseung diz que o marketing foi responsável por transformá-la em uma “nômade digital”. Há um ano, ela trabalha como freelancer para diversos clientes nos Estados Unidos enquanto viaja pelo mundo. “Quando eu percebi que as despesas de trabalhar no exterior como freelancer eram mais baixas do que o aluguel de San Francisco, a minha decisão de trabalhar remotamente veio naturalmente”, conta.

2. Design gráfico

Outra boa opção para quem não quer se fixar é o trabalho com artes visuais, que oferece oportunidades ainda mais interessantes para quem sabe combiná-las com programação. Defendido com unhas e dentes por gênios como Steve Jobs, o design hoje é uma necessidade de empresas dos mais variados segmentos e portes.

Como seu instrumento de trabalho é basicamente o computador — que funciona da mesma maneira em um escritório fechado ou em uma cafeteria — o designer gráfico tem vocação para ser um profissional nômade. Graças às redes sociais e aos inúmeros softwares de teleconferência, até as reuniões com clientes podem ser à distância.

3. Desenvolvimento para web

Assim como boa parte das carreiras em TI (Tecnologia da Informação), a área preserva boas oportunidades de emprego no Brasil, apesar da crise.

A área é uma das poucas a aliar grande flexibilidade e bons salários. Cada vez mais empregadores, como IBM, Amazon e Dell, permitem que desenvolvedores trabalhem remotamente, sejam eles freelancers ou funcionários da empresa.

4. Comércio eletrônico

Não é necessário fixar residência em um lugar se você tem algo para vender — ainda que os seus clientes estejam na sua cidade ou país de origem. A depender do seu produto, só será necessário ter uma boa conexão de internet e um parceiro para fazer a distribuição.

Mesmo que o seu tipo de comércio exija fixação de residência, os custos de produção podem ser eventualmente mais baratos em outras cidades, estados ou até países. Conclusão: ainda dá para fazer as malas.

5. Conteúdo e comunicação

Em entrevista exclusiva a EXAME.com, a advogada Priscilla Fett contou que abandonou a carreira jurídica para criar o blog Trailer 55, dedicado a temas como música, arte e viagens. A escolha de Priscilla é compartilhada por cada vez mais pessoas pelo mundo.

Quem produz conteúdo independente para a internet pode ganhar dinheiro com anúncios e matérias patrocinadas — e pode fazer isso literalmente de qualquer parte do mundo. É o caso do norte-americano Jason Wuerch, que disse à Fast Company que se mudou para a Romênia por questões financeiras e também pela sua paixão pela Europa. Além dos blogs, há diversas outras plataformas para escritores remotos, como UpWork e Fiverr.

6. Relações públicas

Para quem trabalha com comunicação, tempo é tudo. Trabalhar no Oriente Médio, por exemplo, trouxe uma enorme vantagem competitiva para a relações públicas norte-americana Arianna O’Dell. “Isso me colocava 6 horas na frente dos meus clientes de Nova York”, escreve ela para o site da Fast Company.

Afinal, planejar e executar campanhas de mídia não exige encontros presenciais, necessariamente. “Se você tem habilidades de comunicação e sabe escrever bons comunicados oficiais, uma carreira em RP pode ser a sua chance de viver uma aventura no exterior”, diz Arianna.

7. Educação online

A busca por conhecimento e informação nunca foi tão grande — ao mesmo tempo em que os alunos têm cada vez menos tempo disponível no cotidiano agitado das grandes cidades. Resultado: o mercado de “e-learning” está a todo o vapor.

Você não precisa necessariamente trabalhar para uma grande plataforma de MOOC (Massive Open Online Courses) como o Coursera ou o edX para construir uma carreira na área. Se você tem um conhecimento específico e facilidade para ensinar, já pode criar e vender um curso. Derek Merdinyan, criador da Video Igniter, trabalha remotamente com “e-learning” há 5 anos. “Fiz as contas e descobri que tocar meu negócio à distância permite que eu tenha menos custos e transfira essas economias para meus clientes”, disse à FastCompany.

Fonte: Exame.com