A indústria de games é cada vez mais poderosa. Em 2015, deve movimentar US$ 91,5 bilhões no mundo, segundo a Newzoo, empresa de pesquisa de mercado.

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A Nielsen, outra firma com foco em consumo, estimou que em 2013 os gamers americanos com mais de 13 anos gastaram 6,3 horas por semana jogando, seja em consoles, computadores, tablets ou smartphones. A pesquisa foi divulgada no ano passado.

Mas se engana quem pensa que isso é apenas lazer ou tempo improdutivo. Outros estudos apontaram que alguns tipos de jogos podem aumentar a capacidade de aprendizado e até mesmo ajudar cirurgiões a cometer menos erros.

Fernando Seacero, neuropsicólogo e sócio da i9Ação, empresa que desenvolve jogos voltados para aprendizado e para o mundo corporativo, listou o que os games podem ensinar a respeito da vida profissional.

Objetivo claro

Mario, principal personagem da Nintendo, quase sempre tem de salvar a princesa Peach. Em “Zelda”, o guerreiro Link protege o símbolo mágico Triforce, além do reino e da própria princesa que dá nome à série.

Como nos jogos de aventura, em que o herói tem uma grande missão, o profissional deve saber qual é seu papel e objetivo na empresa, assim como seus valores devem estar de acordo com os do lugar onde trabalha.

Planejamento

Em alguns games de estratégia o jogador deve contruir cidades, comandar exércitos ou conquistar territórios, administrando recursos, como madeira, minerais e dinheiro. São exemplos desse tipo as séries “Age of Empires” e “SimCity”.

Segundo Seacero, eles nos ensinam a desenvolver a capacidade de planejamento e administração, organizando os recursos à disposição e pensando em uma visão do todo, não apenas em uma função específica.

Trabalho em equipe

Nos primeiros consoles de videogames só se podia jogar com mais uma pessoa ao mesmo tempo, que estava ao seu lado. Ainda assim, geralmente os dois tinham de se enfrentar e não colaborar um com o outro.

A internet mudou isso. Hoje é possível conviver com um número imenso de pessoas em ambientes online e formar grupos que devem ser muito bem alinhados para conseguir seus objetivos, como nas séries “World of Warcraft” e “Diablo”.

Está aí o trabalho em equipe, essencial para tantas profissões.

Comunicação

E o que é uma equipe sem comunicação? Saber passar suas ideias e planos é fundamental, seja em jogos multiplayer (com vários jogadores), como no game de tiro “Battlefield”, seja no trabalho.

Seacero ainda ressalta como, ao jogar, é possível desenvolver habilidades em línguas estrangeiras, principalmente o inglês, já que é necessário interagir com gamers do mundo todo.

Velocidade de resposta

Os games de esportes impressionam cada vez mais, pelo visual realista e pela sensação de estar realmente em campo ou quadra. E, como nos esportes, exigem uma resposta muito rápida. Decisões devem ser tomadas em segundos.

Diversas profissões têm demandas parecidas no dia a dia. O trabalho é intenso e competitivo, e o tempo para agir é muito curto.

Recompensas

Os primeiros games, nos anos 70 e 80, já apresentavam sistema de pontuação, como nos clássicos “Tetris” ou  “Pac-Man” (também chamado de come-come).

Com o tempo, os sistemas de recompensa foram se refinando, e hoje jogadores podem ganhar personagens diferentes para controlar, armas melhores ou poções mágicas, dependendo de seus acertos.

Independentemente do formato dessa recompensa, no mundo corporativo, é ela que estimula. Pode ser o bônus em dinheiro ou o aumento, mas também um simples elogio, para que o profissional saiba que está no caminho certo. “As pessoas precisam muito desse retorno para continuar se desenvolvendo”, afirma Seacero.

Por Ricardo Marchesan / Fonte: UOL