A busca por trabalho quase sempre começa pela elaboração do currículo. A situação, porém, pode ser mais difícil para quem procura o primeiro emprego e vive um dilema: empresas querem candidatos com experiência, mas, para ter experiência, é preciso que alguém os contrate.

Especialistas consultados pelo UOL dizem que há maneiras de contornar o espaço em branco no campo “experiência” do currículo, valorizando sua formação educacional e citando bicos, por exemplo. Confira o passo a passo.

Dados Pessoais: atenção aos contatos

O campo de dados pessoais deve conter apenas nome completo, data de nascimento, estado civil e contatos (telefone e e-mail).

O contato é muito importante e, nesse caso, quanto mais, melhor, segundo Luciana Koyama, coordenadora do Espro, empresa de ensino profissionalizante para jovens. Ela sugere colocar, além de telefone fixo e celular pessoal, pelo menos dois telefones de pessoas próximas que possam receber recados, como familiares. Isso pode ajudar no caso de o recrutador não conseguir falar diretamente com o candidato.

É preciso escrever o nome dessas pessoas no currículo, para o recrutador saber com quem irá falar, além de avisá-las de que estão sendo indicadas para receber possíveis recados em seu nome.

Ainda sobre os dados pessoais, a recomendação é colocar a data de nascimento em vez da idade, porque o recrutador pode ficar com seu currículo por um tempo, chamando para oportunidades futuras. Assim, o currículo continua atualizado.

Objetivo: seja direto e claro

Escreva um parágrafo curto e direto, mostrando áreas em que deseja atuar e seu objetivo profissional. O cuidado nessa parte é não ser muito específico, perdendo possíveis oportunidades, nem muito amplo ou variado, mostrando falta de foco na carreira.

Formação: valorize cursos e habilidades

Sem experiência profissional, o jovem deve ter atenção especial ao campo de formação, onde descreve seu nível acadêmico e cursos que fez. Nesse caso, vale colocar tudo, como cursos de idiomas e informática, profissionalizantes e especializações. É possível também descrever habilidades que aprendeu.

“Todo mundo coloca que tem conhecimento de pacote Office. Descreva experiências. Exemplo: ‘realização de apresentação em Power Point apresentando projeto de marketing de empresa fantasia’, por exemplo”, afirma Eduardo Bahi, consultor de carreira da Thomas Case & Associados, empresa de recrutamento.

Trabalho de conclusão de curso (TCC) e trabalhos que desenvolveu na faculdade ou em outros cursos também podem ser destacados, como forma de demonstrar habilidades aprendidas. “É muito válido. Um TCC, dependendo de como é feito, dá uma baita visão sobre determinado assunto”, diz Patrícia Sampaio, especialista em RH do site Vagas.com.

Experiência: bicos também contam

Estar em busca do primeiro emprego não significa, necessariamente, que não teve experiências profissionais válidas para colocar no currículo.

“Pode falar de experiências informais, como bicos, ou até ajuda em empresas de parentes. Trabalhos que fez sem carteira assinada, coisas que, em um currículo de alguém mais experiente, não seria aconselhável colocar”, afirma Ricardo Karpat, especialista em recursos humanos e marketing.

Experiência em empresa júnior da faculdade também pode ser citada, assim como trabalhos voluntários que praticou (ou buscar trabalhos voluntários, caso não tenha feito, como forma de ganhar experiência).

Para quem teve oportunidade de fazer um intercâmbio ou morou fora do país, é importante descrever o que fez e viveu, citando habilidades que desenvolveu ou experiências que teve e possam ser relevantes profissionalmente.

Nunca minta ou enrole

O medo de entregar um currículo muito vazio pode levar à tentação de enrolar ou, pior, mentir, o que pode ser facilmente identificado pelo recrutador.

Escrever informações irrelevantes ou não ser objetivo nas descrições também é ruim, porque o selecionador não gasta muito tempo analisando cada currículo e precisa identificar o que é importante rapidamente.

Outro problema comum são os erros de português, que devem ser eliminados.

Fonte: Uol