Profissionais mulheres americanas com formação em instituições de “elite”, altamente seletivas e no geral mais caras, costumam deixar o mercado de trabalho quando têm filhos com mais frequência, quando comparadas a outras mulheres com formação em universidades menos disputadas. A conclusão é de um estudo da professora de direito e economia da Univesidade Vanderbilt, Joni Hersch.

A autora cruzou dados de um estudo nacional de 2003 sobre pessoas com ensino superior nos EUA com níveis de qualidade das escolas, bem como o nível de seletividade das instituições. A autora explica que foi motivada principalmente pela própria experiência: Joni se diz “absolutamente enfurecida” com a quantidade de mulheres que conhece que trabalham duro, se formam em cursos renomados e deixam o mercado de trabalho após ter filhos.

De acordo com a pesquisa, a taxa de emprego entre mulheres formadas em escolas de elite e que são casadas e têm filhos menores de 18 anos é de 68%. Já entre as mulheres que estudaram em universidades menos seletivas na mesma situação é de 76%. A maior diferença entre os dois grupos se deu entre profissionais com MBA – atinge 30 pontos percentuais.

As hipóteses de Joni para explicar os resultados são principalmente econômicas. Mulheres graduadas em escolas de elite tendem a vir de famílias mais ricas, o que as fazem ter menos dívidas estudantis após a formatura. Elas também costumam casar com homens de origens parecidas – no caso, que também vêm de classes sociais mais altas e recebem salários altos. Isso faz com que a necessidade de elas contribuírem para a renda da casa seja menor do que na comparação com as outras mulheres, de origens mais variadas. De acordo com a professora, essas mulheres podem se dar ao luxo de deixar de trabalhar com mais frequência do que as outras.

Para ela, isso acaba impactando a presença de executivas no topo das companhias: “Empresas renomadas contratam de escolas renomadas, mas as mulheres formadas nessas instituições não continuam na carreira por muito tempo, o que limita as possibilidades para posições de liderança”, diz.

Fonte: Valor Online