Pesquisa traz os fatores que influenciarão a carreira do brasileiro daqui para frente; saiba como cada um deles pode ser uma boa (ou má) notícia para você

Por Claudia Gasparini

O que vem a seguir?

A entrada da geração Y no mercado de trabalho e a influência das novas tecnologias são os dois fatores com maior peso para o futuro profissional do brasileiro.

A conclusão é de um levantamento feito pela consultoria Robert Half, que ouviu 100 diretores de RH de empresas de diversos tamanhos e segmentos, atuantes em várias regiões do Brasil, sobretudo no Sudeste.

Segundo Mário Custódio, gerente de divisão da Robert Half, as intensas mudanças vividas pelo mundo não deixam outro caminho senão a flexibilidade. “Ou você se adapta, ou.. se adapta”, afirma o executivo.

Dependendo do ponto de vista, as tendências apresentadas no estudo podem ser consideradas boas ou más notícias. É o que você verá a seguir:

 

1. Novas gerações no trabalho

Porcentagem dos que citaram este fator: 43%

A boa notícia: O jovem traz frescor e originalidade para enfrentar os problemas do trabalho. “Além disso, a diversidade de pontos de vista contribui para a criatividade e para a inovação”, diz Custódio.

A má notícia: Por outro lado, o perfil ansioso e insubordinado dos mais novos pode trazer desgaste. “Os jovens esperam que tudo acompanhe o seu ritmo, o que nem sempre acontece”.

 

2. Avanços na tecnologia

Porcentagem dos que citaram este fator: 41%

A boa notícia: A evolução técnica contribui para otimizar a performance de profissionais de qualquer área. “O acesso rápido à informação pode automatizar o trabalho e aumentar a produtividade”, diz Custódio.

A má notícia: O problema é que o excesso de estímulos pode tirar o foco do trabalho, segundo o executivo. “Além disso, ficamos ansiosos por respostas rápidas, apesar de termos ‘preguiça’ de fazer pesquisas mais trabalhosas”, completa.

 

3. Mudanças demográficas

Porcentagem dos que citaram este fator: 36%

A boa notícia: Uma das principais mudanças no perfil da mão de obra é o aumento da “inquietação” e da rotatividade. “O lado positivo é que as empresas se preocupam mais em treinar e desenvolver profissionais, tentando retê-los”, explica Custódio.

A má notícia: O problema ocorre se, apesar da tendência, a empresa não investir em desenvolvimento e retenção. “Você vai pular de emprego em emprego e não vai concluir nenhum ciclo de aprendizado”, afirma.

 

4. Aumento no volume de informações

Porcentagem dos que citaram este fator: 30%

A boa notícia: Graças à tecnologia, poderemos usar um número cada vez maior de dados para nossas atividades profissionais. “Com mais informações, é possível fazer análises mais consistentes e embasadas”, diz Custódio.

A má notícia: Em meio ao oceano de dados, pode ser difícil distinguir o que é relevante. “O excesso de informação pode fazer o profissional perder tempo com o que não importa”, afirma.

 

5. Aumento da globalização

Porcentagem dos que citaram este fator: 27%

A boa notícia: O intenso intercâmbio entre nacionalidades é positivo para qualquer profissional. “Ficou mais fácil ter contato com as experiências de fora e aprender com elas”, diz o executivo.

A má notícia: Por outro lado, a internacionalização traz o desafio dos choques culturais. “Se você trabalha numa empresa estrangeira, pode ter problemas para se adaptar ou mesmo explicar a realidade local para o outro”, afirma Custódio.

 

6. Iniciativas de sustentabilidade

Porcentagem dos que citaram este fator: 24%

A boa notícia: A maior preocupação das empresas com o meio ambiente ajuda a motivar e a conectar o profissional com o trabalho. “Ajuda muito saber que a sua empresa tem um propósito e se importa com seu impacto sobre o mundo”, diz Custódio.

A “má” notícia: O aumento da consciência ambiental pode ser um sinal de alerta para quem ainda não atualizou a mentalidade nem o discurso sobre o tema. “Um profissional orientado para resultados a qualquer custo pode ter problemas no futuro”, afirma.

 

7. Aumento da diversidade

Porcentagem dos que citaram este fator: 18%

A boa notícia: Além da maior preocupação com a responsabilidade social, as empresas tendem a ser cada vez mais inclusivas. A diminuição dos ‘favoritismos’ é benéfica para todos”, diz o executivo.

A “má” notícia: O ponto de atenção aqui, como no caso anterior, também é para quem não acompanha a evolução de diversas questões sociais. “O profissional que não revê sua forma de pensar será cada vez mais visto como ultrapassado”, afirma Custódio.

Fonte: Exame.com