Compartilhar o escritório com colegas de trabalho pode não ser uma tarefa das mais fáceis. Segundo um estudo realizado por Jungsoo Kim e Richard de Dear, professores da Universidade de Sydney, a falta de privacidade ao falar e o barulho são os principais motivos de descontentamento de quem trabalha em escritórios abertos. A pesquisa, divulgada pelo site da revista “Harvard Business Review”, ouviu mais de 42 mil funcionários em 303 prédios corporativos.

Segundo os trabalhadores entrevistados, o maior problema, citado por 60% das pessoas que trabalham nesses locais, é a falta de privacidade em conversas. 50% das pessoas que compartilham escritórios sem divisões têm a mesma frustração.

Outro incômodo é o barulho. 30% de quem trabalha em células e 25% de quem divide escritórios sem repartições reclamam do ruído causado por colegas de trabalho.

“Os benefícios de estar perto de colegas de trabalho em escritórios abertos foram compensados por fatores como o aumento de ruído e menos privacidade”, afirma Kim, em nota. De acordo com ele, a pesquisa indica que as desvantagens desse tipo de escritório superam as vantagens.

Segundo Roberto Santos, sócio-diretor da consultoria de recursos humanos Ateliê RH, é preciso pensar em soluções físicas, mas também de relacionamento.

“Você pode usar forros e equipamentos que diminuam ruídos acústicos. Mas é bom ter em mente que o mais importante é como as pessoas se relacionam”, diz Santos.

Na lista de reclamações dos entrevistados ainda aparecem limpeza, problemas com temperatura, iluminação etc.

“Você nunca encontrará a temperatura ou o tom de voz ideal para todos. Dessa maneira, a melhor forma é negociar. Os funcionários precisam conversar”, afirma Santos.

Segundo ele, também é função da empresa intermediar essas negociações. “É preciso um movimento da equipe de recursos humanos, um estímulo interno para a ação de mediadores.”

“As empresas têm adotado o modelo de escritório aberto, mas criado pouco espaços para reuniões e ocasiões mais privativas. Isso é importante”, explica.

Fonte: Folha