Número de trabalhadores recuou em praticamente todos os locais. No ano, o índice acumula queda de 2,7%.

A indústria brasileira seguiu demitindo no mês de agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O emprego no setor caiu 0,4% na comparação com julho, no quinto mês seguido de retração. No ano, o índice acumula queda de 2,7%.

Frente ao mesmo período do ano passado, o emprego nas indústrias brasileiras recuou 3,6%, a  35ª baixa seguida nesse tipo de comparação. Em 12 meses, o indicador acusa queda de 2,4%. O número de trabalhadores recuou em praticamente todos os locais pesquisados pelo IBGE, com destaque para São Paulo, onde a diminuição foi de 4,8%, pressionada pelas indústrias de meios de transporte (-7,3%).

Também foi registrada queda no Paraná (-5,2%), no Rio Grande do Sul (-4,7%), em Minas Gerais (-3,3%) e regiões Norte e Centro-Oeste (-2,2%). Só Pernambuco mostrou leve alta de 0,6%.

Na análise dos setores, a pesquisa aponta que o total do pessoal ocupado assalariado recuou em 14 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas vindas de meios de transporte (-7,5%), produtos de metal (-7,9%) e calçados e couro (-9,0%), entre outros. Na outra ponta, estão os impactos positivos nos setores de minerais não-metálicos (1,1%) e de produtos químicos (1,0%).

A produção da indústria nacional registrou alta de 0,7% em agosto, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo IBGE.

Esse é o segundo avanço da produção, depois de registrar queda entre março e junho (segundo dados revisados). No mês anterior ao da pesquisa, julho, o avanço também havia sido de 0,7%.

Salários

Em agosto, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria avançou 0,5% na comparação com julho, recuperando parte da perda de 5,1% acumulada nos dois últimos meses. Nesse mês, tanto a indústria de transformação (1,0%), como o setor extrativo (0,7%) apontaram taxas positivas.

Frente ao mesmo mês do ano anterior, os salários caíram 1,6%, com a maior influência partindo de São Paulo (-2,7%), pressionado pela queda no valor da folha de pagamento real em meios de transporte (-5,9%), produtos de metal (-10,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,0%) e alimentos e bebidas (-3,2%). Na contramão, o principal impacto positivo partiu da Bahia (1,3%).

De janeiro a agosto, o índice acumula alta de 0,4%.

Horas pagas

Em agosto de 2014, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria caiu 0,8% frente ao mês imediatamente anterior. O número de horas pagas recuou 4,5% na comparação com agosto de 2013, a 15ª taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto e a mais intensa desde outubro de 2009 (-5,3%).

No índice acumulado nos oito meses de 2014, houve retração de 3,3%.

Fonte: G1