Parte do aumento está ligado à maior presença das mulheres no mercado. As mulheres com filhos continuam predominantes entre as desempregadas.

Do Valor OnLine

As mulheres são atualmente maioria entre os desempregados na região metropolitana de São Paulo. Entre 1985 e 2013, elas passaram 48,8% do total para 52,7%, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (14) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

Parte desse aumento, de acordo com o levantamento, está ligado à maior presença das mulheres no mundo do trabalho. No período de quase 30 anos analisado, a taxa de participação do grupo subiu de 44,7% para 55,1%,enquanto o percentual masculino de trabalhadores em idade ativa desempregado ou à procura de uma vaga diminuiu de 77,1% para 70,6%.

Entre os ocupados, a proporção de mulheres cresceu de 36,9% para 45,9%, com consequente redução da participação masculina. As transformações na estrutura do mercado de trabalho explicam ainda, de acordo com o estudo, a mudança do perfil da mulher desempregada da região metropolitana de São Paulo.

O aumento da escolaridade média e a redução da taxa de fecundidade explicariam, por exemplo, o avanço da parcela de mulheres com ensino médio ou superior completo no total de desempregadas de 11,9% para 49,3% no período e o aumento do percentual daquelas sem filhos de 18,4% para 25,2% do total.

As mulheres com filhos continuam predominantes entre as desempregadas. Aquelas com filhos de até 5 anos são 34% do total; as que têm crianças com mais de 6 anos, 40,8%.

Nesse sentido, o texto ressalta a importância da integração entre as análises sobre o mercado de trabalho e a elaboração de políticas públicas e a necessidade de expansão da oferta de creches e de escolas em tempo integral.

A participação também é maior no grupo das não-negras (59,2%). O estudo alerta, entretanto, que a taxa de desemprego entre as mulheres negras continua sendo mais alta – de 13,8%, contra 11,2% -, reforçando a persistência da segregação por cor e gênero no mercado de trabalho brasileiro.

Fonte: G1