Queridos leitores,

Após a reportagem de denúncia sobre uma empresa que se dizia uma Consultoria de RH (BR Quality) veiculada este domingo no Fantástico , temos recebido algumas ligações de candidatos com dúvidas sobre a segurança de seus currículos no site da Curriculum.

Estamos aqui para esclarecer essas dúvidas.

A Curriculum possui um processo rigoroso na aprovação de empresas que querem acessar os currículos cadastrados no site e toda e qualquer empresa, para se cadastrar, passa por este processo de aprovação.

Estamos monitorando e rastreando todos os cadastros de empresas e possíveis nomes que a BR Quality utilizou para tentar burlar os procedimentos de aprovação. Estas tentativas de acesso foram devidamente bloqueadas.

No entanto, ainda existem muitas falsas consultorias no Brasil que operam de maneira ilícita neste segmento, cobrando indevidamente candidatos que, por desconhecerem essas práticas, acabam tendo um grande prejuízo.

E é por este motivo também que este post está aqui. Muito embora seja um assunto sobre o qual já falamos muito a respeito (veja artigo publicado na Curriculum em 11/02/2006), vamos repetir o aviso e queremos alertar a todos para não caírem em armadilhas como estas, mostradas pelo Fantástico.

Aqui vão algumas dicas!

Estar desempregado não é fácil e, por isso, algumas pessoas podem se aproveitar desse estado frágil e conseguir dinheiro com isso. Portanto, tome muito cuidado!

Hoje o melhor meio para divulgar o currículo é a Internet, e vai continuar sendo, pois é o meio mais prático e que facilita muito a busca por oportunidades.

Mas e quando esta exposição traz abordagens inesperadas e até mesmo desagradáveis, como neste caso que acabamos de ver?

O Presidente da Curriculum, Marcelo Abrileri, tem um posicionamento claro sobre isso: “É errado, antiético e ilícito iludir um candidato que busca recolocação profissional com falsas promessas de emprego e, nesta hora, vender-lhe qualquer serviço relacionado à sua recolocação profissional, baseando-se na falsa promessa de recolocá-lo”.

Por outro lado, é correto, sim, cobrar por serviços que auxiliam o candidato no seu processo de recolocação profissional na busca de um novo emprego, desde que de maneira lícita.

Mas então, onde está a diferença?

A diferença é que, quando uma consultoria de Recursos Humanos é contratada por uma empresa para preencher uma vaga, ela deve selecionar o melhor candidato para esta vaga e, para isso, iniciará um processo de recrutamento e seleção que deverá encontrar o melhor candidato. Quem paga por este processo é a empresa que contratou a consultoria. Portanto, estas consultorias jamais podem orientar, beneficiar ou favorecer algum candidato em especial, pois se assim o fizerem, estarão agindo de forma não lícita para com seu cliente (a empresa) que a contratou.

Já as consultorias de recolocação profissional, que oferecem serviços para auxiliar o candidato na busca de um novo emprego, nunca têm vagas em aberto. Isso porque os clientes desta consultoria não são as empresas que tem vagas, mas sim os candidatos que buscam emprego.

Resumindo: as Consultorias de RH, que têm vagas, não auxiliam o candidato a arrumar emprego, pois seus clientes são as empresas. Já as Consultorias de Recolocação Profissional, que auxiliam o candidato a encontrar um emprego, não têm vagas, pois seus clientes são os candidatos.

Numa análise de currículo, por exemplo, profissionais com experiência em recolocação e Recursos Humanos podem ajudar o candidato a melhorar seu currículo. Por exemplo, é comum as pessoas não saberem como dispor as informações num currículo, o que colocar e o que não colocar. Erram no português, na forma de se expressar, deixam de salientar pontos importantes, dizem coisas que não deveriam ser ditas e deixam de salientar as qualidades e pontos importantes de forma correta. É para essas pessoas que a assessoria presta serviço e recebe por isso.

Da mesma forma, é lícito e correto orientar uma pessoa sobre como se portar numa entrevista de emprego. Que roupa usar, o que falar e o que não falar, o que fazer e o que não fazer. Nesta linha, existe até algo chamado role play, que é uma entrevista de emprego simulada em que o consultor contratado pelo candidato age como se fosse o selecionador que irá entrevistá-lo. Ao final, o consultor faz uma devolutiva para o candidato, informando onde ele acertou, onde errou e o que precisa melhorar.

Mesmo a cobrança de testes psicológicos é algo lícito, pois quem os aplica teve que estudar e se formar, adquirir os testes e este é o seu trabalho, então estes psicólogos têm, sim, o direito de cobrar pelo ato de aplicá-los e interpretá-los. Tudo isso é correto, honesto e ajuda muito os candidatos a se conhecerem melhor e, consequentemente, a melhorarem seu desempenho nas entrevistas.

Mas será correto ajudar as pessoas a fazerem seus currículos e a se sair bem nas entrevistas?

A título de exemplo, uma grande empresa treinou 120 jovens numa determinada função de TI. Depois, estes jovens foram procurar emprego. Sabe quantos conseguiram? Nenhum! Por quê? Não sabiam “se vender”, ou em outras palavras, não sabiam expor e vender suas qualidades! O nervosismo tomou conta deles, pois se encontravam totalmente despreparados para uma entrevista de emprego. Eram todos altamente capacitados, mas não souberam expor isso.

Tudo isso posto, sabemos bem agora como funciona uma consultoria de RH, ou seja, uma empresa que ajuda o RH a encontrar candidatos, e sabemos também como funciona uma consultoria de recolocação profissional, uma empresa que ajuda candidatos a encontrar um emprego.

O que não existe são empresas que atuam dos dois lados, ou seja, que estão selecionando para vagas de empresas clientes e que são, portanto, consultorias de RH, mas que ao mesmo tempo cobram do candidato para indicá-lo às vagas. Isso é picaretagem!

Isso é o que distingue uma consultoria boa e ética de uma ruim e picareta: esta última vende a ilusão de que existe uma vaga em aberto e cobra do candidato por serviços com a promessa de que irá recolocá-lo profissionalmente.

No entanto, como o Fantástico mostrou, é isso que vem acontecendo. Portanto, todos aqueles que buscam emprego precisam se precaver e tomar muito cuidado com abordagens deste tipo, pois nesse momento frágil, com o enorme desejo de se recolocar novamente, as palavras utilizadas e o encanto provocado são extremamente atraentes para quem procura emprego, e este candidato se torna uma presa fácil para estas empresas picaretas.

Portanto, um candidato em busca de orientação profissional pode, sim, pagar uma consultoria para aprimorar seu processo de recolocação, e isso é lícito e correto, mas é fato que a linha que divide os dois tipos de abordagem é tênue. Por isso, é muito importante distinguir corretamente o certo do errado, de modo que o candidato não entre numa fria nem deixe de ser competitivo no mercado de trabalho.

Se houver qualquer dúvida, não hesite em entrar em contato com a nossa equipe. A Curriculum está aqui para ajudá-lo.

Fique ligado!