O desemprego começou o ano em alta. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa foi estimada em 4,8% em janeiro, uma alta de 0,5 ponto percentual frente a dezembro, quando foi de 4,3%. O índice, no entanto, é o menor da série histórica do IBGE para meses de janeiro. A série tem início em março de 2002. Em janeiro de 2013, o indicador ficou em 5,4%.

Com a alta, a taxa de desemprego mensal é a maior desde outubro, quando foi de 5,2%. A pesquisa considera seis regiões metropolitanas do país (Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador).

O IBGE estimou que 1,2 milhão de pessoas estavam desocupadas no mês passado nas regiões pesquisadas – 9,6% mais que em dezembro, mas 12,6% menos que em janeiro do ano passado. Já a população ocupada caiu 0,9% frente a dezembro, e ficou estável ante o mesmo mês de 2013.

A estimativa é que 11,8 milhões de trabalhadores tinham carteira assinada no setor privado no mês passado – número estável tanto em relação a dezembro quanto a janeiro do ano passado.

Rendimento
Apesar da alta no desemprego frente a dezembro, o rendimento médio real dos ocupados ficou estável na mesma comparação, em R$ 1.983,80. Ante janeiro de 2013, o valor representa uma alta de 3,6%.

Houve alta no rendimento dos trabalhadores nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (3,8%), Belo Horizonte (2,5%) e Recife (1,1%). E retração em Salvador (1,0%) e no Rio de Janeiro (0,8%). Em São Paulo, ficou estável.

Locais
Nas seis regiões pesquisadas pelo IBGE, o desemprego teve alta em cinco na passagem de dezembro para janeiro. Apenas no Rio de Janeiro a taxa recuou de 3,7% para 3,6%.

A maior alta na taxa de desemprego foi registrada no Recife, onde passou de 5,9% para 7,4%. Em São Paulo, o indicador subiu de 4,4% para 5%. Em Belo Horizonte, de 3,4% para 3,8%.

Salvador seguiu com a maior taxa entre as regiões pesquisadas, de 8%, acima dos 7,7% do mês anterior. Na outra ponta, Porto Alegre seguiu com a menor taxa, de 2,8% – acima, no entanto, dos 2,6% de dezembro.

Mudanças na pesquisa
No dia 17 de janeiro, o IBGE divulgou os primeiros resultados da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que substituirá a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

Enquanto a PME pesquisa a cada mês a situação do mercado de trabalho em seis regiões metropolitanas (Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador), a Pnad Contínua vai mostrar o cenário do emprego a cada três meses em 3.500 municípios em todas as regiões do país, incluindo áreas rurais, em um total de 211.344 domicílios visitados.

A PME será realizada somente até dezembro deste ano e será extinta. Segundo o coordenador de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo, o instituto ainda estuda se a Pnad continuará em 2014. Isso porque a coleta de dados se daria ao mesmo tempo em que a realização da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), a partir de outubro.

No segundo trimestre de 2013, a Pnad Contínua mostrou um desemprego maior que o calculado pela PME.

Fonte: G1