A recessão que dura dois anos já atinge chefes de família, os responsáveis pela principal fonte de renda dos lares. Se a pessoa já está cheia de dívidas e ainda é demitida, bate um desespero. Mas é preciso ter calma e seguir alguns passos básicos.
“A primeira dica é não entrar em pânico”, diz o consultor financeiro Fábio Barbalho, da Ponto C Consultoria. “É preciso avaliar com calma o que tem de reservas e dívidas, e elaborar um plano para recomeçar”, diz.
O UOL também ouviu o economista da Boa Vista SCPC Flávio Calife e o coordenador do Laboratório de Finanças do Insper, Michael Viriato, para orientar sobre o que fazer quando o desemprego (e as dívidas) batem à porta.
1) Faça as contas
2) Corte imediatamente os supérfluos
Corte todos os gastos desnecessários, como academia, TV a cabo, diminua alimentação fora de casa, gastos com lazer, manicure. Substitua a academia por caminhadas, faça você mesmo a manicure. Procure opções de lazer gratuito
3) Avise a família
Calife afirma que muitos desempregados, por vergonha, não avisam a família que perderam o emprego, e isso pode complicar ainda mais a situação. “Todos precisam colaborar no corte de gastos e até mesmo nas ideias para ajudar a sair da situação”
4) Não quite as dívidas de uma vez
Ainda que tenha dinheiro suficiente para quitar todas as dívidas de uma vez, é melhor não fazer isso, pois não sabe quanto tempo vai ficar desempregado. Segundo Barbalho, o tempo de recolocação para pessoas com boa experiência aumentou. “Antes da crise era de uns 3 meses, mas agora chega a 8 meses”, diz.
A proposta não é dar calote, mas continuar pagando em prestações, de preferência renegociando o valor das parcelas, com aumento do prazo. “Se tem uma dívida de R$ 5.000 que será quitada em dez meses, aconselho alongar para um prazo maior, como 24 meses, por exemplo, para diminuir o valor das parcelas e ter mais fôlego financeiro”, diz Barbalho.
5) Não adie a renegociação
Se já está com dívidas atrasadas ao perder o emprego, renegocie o mais mais rápido possível. “A pior coisa que tem quando se está endividado é adiar a solução, porque a dívida só aumenta”, diz Viriato.
Ele aconselha procurar a renegociação assim que ficar desempregado, mesma sugestão de Calife e Barbalho. O motivo, segundo Barbalho, é que os bancos avaliam a pontuação para concessão do crédito baseado no histórico do cliente. “Enquanto esse histórico mostra renda, a pessoa consegue crédito. Depois, vai ficar mais difícil”, diz.
6) Troque dívidas
7) Procure outra fonte de renda
Além de procurar outro emprego o mais rápido possível, invista também nos bicos. Um talento pode virar uma fonte de renda: fazer bolos para fora, costurar, fazer consertos para os outros, virar motorista de um aplicativo de transporte. Um emprego com salário menor também é uma opção, pois diminui a pressão sobre os gastos e a pessoa pode procurar com mais tranquilidade
8) Use a criatividade, em vez de mais empréstimos
Se não estiver conseguindo pagar as contas, peça ajuda dos familiares. Alugar a própria casa e voltar a morar na casa da mãe ou da sogra não é a opção mais agradável, mas pode ser a saída para não se endividar até conseguir uma recolocação.
Uma outra alternativa é alugar a própria casa ou algum cômodo usando o aplicativo Airbnb, que dá a flexibilidade de alugar por dia e permite manter a mobília na casa. Em vez de pegar mais empréstimos, as pessoas podem usar criatividade, diz Barbalho. “É daí que vêm as ideias que atraem dinheiro.”
9) Cuidado com o negócio próprio
Abrir um negócio próprio pode ser uma saída para o desempregado, mas é preciso muito cuidado, alerta Calife. “Só vale para quem já conhece o mercado e estava se preparando para isso. Nesse caso, o desemprego é o empurrão que faltava”, diz. Mas é muito arriscado investir todas as economias em um mercado desconhecido. “A chance de ficar sem nada é grande.”
10) Aproveite o tempo