O LinkedIn acaba de divulgar a lista dos 15 empregadores que mais atraem profissionais brasileiros em 2016.

A metodologia do ranking considera dados da interação dos usuários com as empresas na rede social, tais como o número de candidaturas a anúncios de vagas, visualizações da página oficial, alcance do conteúdo e pedidos de conexão feitos a funcionários da companhia.

O 1º lugar ficou com a LATAM Airlines, resultado da fusão da brasileira TAM com a chilena LAN, que conta com mais de 326 mil seguidores no LinkedIn.

No topo da lista, há um predomínio de empresas do ramo de alimentos e bebidas: das 10 primeiras colocadas, 5 pertencem ao setor.

  • LATAM – Linhas aéreas/Aviação

A LATAM está finalmente decolando, quase um ano após anunciada a fusão da companhia brasileira TAM com a chilena LAN. Às 18h19 do dia 1° de maio, a primeira aeronave com imagem da marca saiu do aeroporto no Rio de Janeiro para buscar a tocha olímpica em Genebra. Na volta, o piloto do Boeing 767-300 resumiu perfeitamente a animação da equipe. “Esse é o LATAM 9751, espírito olímpico a bordo. É um prazer chegar ao Brasil”, disse ele para a controladora de tráfego aéreo. A nova empresa conta com essa empolgação e comprometimento dos 54 mil funcionários no complicado processo de combinação de procedimentos e serviços das marcas anteriores e construção de uma nova cultura de trabalho.

  • GPA – Varejo

Com 2.126 lojas que somam 2,8 milhões de metros quadrados de área, o GPA é o maior empregador do Brasil em seu setor de atuação, com 140 mil funcionários. São números impressionantes para uma companhia que começou com uma acanhada doceria em 1948 – se juntássemos todos os pontos de venda das suas principais marcas, como Pão de Açúcar, Extra, Casas Bahia e Ponto Frio, daria mais de 20 estádios do Maracanã. Além da óbvia marca que o GPA agrega ao currículo, a preocupação com os funcionários é o forte atrativo para candidatos. Ano passado, 1,9 milhão de horas de treinamento foram disponibilizadas aos colaboradores. GPA tenta atualmente levar mais mães executivas ao topo. Ainda é muito pequeno o número das que são gerentes ou diretoras: 21%. A meta é aumentar este número em 30% nos próximos anos.

  • BRF Brasil – Alimentos e bebidas

Uma das maiores companhias de alimentos do planeta, a BRF leva o Brasil para a mesa de 120 países nos cinco continentes. Só em aves, por exemplo, ela é responsável por 15% de todo o comércio global. Para conseguir entregar mais de 1 milhão de toneladas de alimentos em locais como Malásia, Rússia ou Nigéria, a empresa conta com 105 mil funcionários em 35 fábricas no Brasil e 16 no exterior. O sucesso não está só nos números, mas nas pessoas – a BRF acredita que a capacidade de fazer os seus funcionários confiarem no futuro da empresa é justamente o motor para gerenciar essa monstruosa estrutura global. De acordo com uma pesquisa interna, 90% dos empregados sentem-se motivados a ir além de suas responsabilidades naturais.

  • Ambev – Alimentos e bebidas

A mensagem na Ambev é simples: os funcionários crescem de acordo com o talento e esforço. A veia meritocrática está visível até no alto escalão: além do presidente, seis dos 11 vice-presidentes ingressaram na empresa pelo programa de trainee. É como se a Ambev usasse esses casos para lembrar diariamente aos seus 52 mil funcionários que todos podem um dia chegar ao mesmo patamar que o empresário e investidor Jorge Paulo Lemann – o homem mais rico do Brasil, segundo a revista Forbes. Outra característica da empresa é o seu modelo de promoções verticais e horizontais. Qualquer funcionário pode trabalhar em qualquer área; os gestores avaliam os talentos e os redirecionam para funções que não necessariamente estejam debaixo do guarda-chuva da formação do funcionário. Esse dinamismo é uma das apostas da Ambev para reter os bons profissionais.

  • Brasil Kirin – Alimentos e bebidas

Após ter sido adquirida em 2012 pelo grupo japonês Kirin por R$ 3,95 bilhões, a antiga Schincariol adotou uma metodologia importada diretamente da sede em Tóquio para otimizar processos e aumentar a eficiência de suas 13 fábricas e 20 centros de distribuição. Para ter ideia, cerca de 30 mil produtos saíam das linhas de produção com algum tipo de defeito por ano, algo que foi sanado após a companhia encontrar oportunidades de melhoria na operação. Mais importante ainda, a Brasil Kirin inaugurou um sistema que reúne informações dos 11 mil colaboradores, contendo dados sobre desempenho e planos de desenvolvimento. A ideia é apoiá-los no seu crescimento, gerando uma vontade de pertencimento. Tem dado certo, diga-se. Sabe quem resolveu o problema daqueles 30 mil produtos com defeito? Eles mesmos – os próprios funcionários.

  • TOTVS – Software

Para a TOTVS, nada é mais importante do que a inovação, pura e simples – seja com a economia firme ou em épocas de crise, 14% da receita líquida é investido em inovação. Mas como explica o fundador Laércio Cosentino em artigo publicado no LinkedIn, isso não quer dizer apenas investimento em processos. Significa mais autonomia para os 7 mil funcionários. “A inovação em TI é realizada por indivíduos que têm como propósito transformar o seu conhecimento em criação, em soluções que contribuam não só para a empresa em que trabalham, mas para a sociedade como um todo”, escreve ele, que criou a companhia em 1983. Hoje líder absoluta no mercado de pequenas e médias empresas na América Latina, a TOTVS está presente em 41 países e, no Brasil, conta com 15 filiais, 52 franquias, 5 mil canais de distribuição e 10 centros de desenvolvimento. Segundo Cosentino, tudo graças aos seus funcionários inovadores.

  • Whirlpool Latin America – Bens de consumo

Com as marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, a Whirlpool Latin America é líder do mercado de eletrodomésticos e possui 3 fábricas, 4 centros de tecnologia e 23 laboratórios, além de 20 mil colaboradores imbuídos da missão de, cada vez mais, não só atender, mas antecipar as necessidades dos consumidores. Estar um passo à frente é o segredo. No ano passado, por exemplo, o conglomerado conduziu uma pesquisa para entender como os brasileiros estavam enfrentando a crise hídrica no País. Entre os resultados, 68,7% dos entrevistados no Sudeste contaram que tomavam banhos mais curtos, enquanto no Centro-Oeste 44,3% deles passaram a reutilizar água da máquina de lavar roupa para outros fins. O entendimento dos novos hábitos já se traduz no desenvolvimento dos produtos, com o objetivo de auxiliar os consumidores a também contribuírem com o uso racional da água.

  • Kroton – Ensino superior

Na Educação Básica, a Kroton fornece sistemas de ensino a 290 mil alunos de 876 escolas. Já no Ensino Superior, são mais de um milhão de alunos. Isso sem falar na capacitação dos próprios funcionários – em 2015, a empresa promoveu formação para 27 mil colaboradores. Mas como lembrou o presidente Rodrigo Galindo, todos esses dígitos ainda são apenas a pontinha de um (complicado) iceberg. “De cada 100 estudantes do ensino fundamental, 90 o concluem; 75 iniciam o ensino médio e apenas 57 o terminam; 14 começam um curso de graduação e somente 7 conquistam o diploma. Muita gente fica pelo caminho”, escreveu ele em artigo no LinkedIn. A Kroton espera usar a tecnologia para tentar mudar esse cenário, combinando inovação com metodologias clássicas, garantindo eficiência e mudando o cenário do sucesso escolar brasileiro.

  • JBS – Produtos alimentícios

Mesmo sendo a maior processadora de carne do mundo e a maior produtora de carne de frango, a JBS tem como grande objetivo consolidar-se como uma líder global de alimentos. Para isso, a aposta é no dinamismo do ambiente de trabalho para os mais de 238 mil colaboradores. É o modelo de gestão que Wesley Batista, CEO global, batizou no passado de Frog (“From Goiás”): um jeito de dizer que a cultura da casa tem como base a simplicidade, como ele conta neste artigo. Nas mais de 300 unidades de produção, todos são instruídos a não ter vergonha de seus erros, mas sim reconhecê-los para melhorar constantemente. A conexão com esse conjunto de valores é requisito básico para profissionais e candidatos a vagas.

  • Bunge – Produtos alimentícios

Presente no país desde 1905, a gigante do agronegócio necessita de permanente reinvenção para manter o seu crescimento sustentável. Isso vale tanto para os negócios (a empresa assumiu no ano passado o compromisso de eliminar o desmatamento de sua cadeia de fornecedores) como para a contratação de novos funcionários. A Bunge procura candidatos que se sintam confortáveis em um ambiente altamente dinâmico, que muda constantemente, mas que não perde o foco na produtividade e nos resultados. O objetivo é colocar na mente de todos os 17 mil colaboradores que é possível sempre melhorar os resultados mesmo em um ambiente altamente dinâmico, que está constantemente em transformação.

  • Klabin – Papel e produtos florestais

Maurício Freeman Klabin saiu de Posselva, uma pequena comunidade judaica situada na Lituânia, em 1885. Atravessou a Polônia e a Alemanha, parte a pé, parte em carroças, pegou um navio em Londres e desembarcou no porto de Santos, quatro anos depois, carregando apenas uma carga de papel de cigarro. Foi absolutamente tudo o que ele precisou para começar a criar as bases da Klabin, hoje um império com 16 fábricas, 16 mil colaboradores, faturamento de 4 bilhões de reais por ano e 450 mil hectares de florestas, entre plantadas e preservadas. É esse espírito destemido que a empresa continua procurando e incentivando em seus quadros. Afinal, a centenária Klabin ainda empreende – em março deste ano, a empresa inaugurou sua nova fábrica em Ortigueira, no Paraná, no maior investimento da sua história, de quase 7 bilhões de reais.

  • Hypermarcas – Indústria farmacêutica

Com quase 120 linhas de produtos, a Hypermarcas sempre tentou ser uma Unilever brasileira, investindo em diferentes bens de consumo para ser a “marca das marcas”. Nos últimos meses, no entanto, o conglomerado passa por um processo de reformulação para focar seus esforços no setor farmacêutico, na tentativa de se consolidar como a maior companhia brasileira de produtos de bem-estar e saúde – se há um modelo agora, seria o da americana Johnson & Johnson. Em novembro, a Hypermarcas se desfez de sua área de cosméticos para a multinacional francesa Coty por R$ 3,8 bilhões. Já em fevereiro, vendeu sua área de preservativos para a inglesa Reckitt Benckiser. Tantas mudanças exigem que os funcionários estejam sempre prontos para exercer seu protagonismo – a versatilidade é justamente uma das características que o grupo está buscando no momento.

  • Accenture – Consultoria de gerenciamento

Uma das maiores empresas de consultoria do mundo, a Accenture conta com 370 mil colaboradores espalhados pelo planeta. Para mantê-los motivados, a companhia aposta na valorização dos talentos através do investimento contínuo no desenvolvimento e qualificação – ano passado, a Accenture investiu US$ 841 milhões em treinamento, oferecendo 15 milhões de horas de aula, com uma média de 40 horas por funcionário. No Brasil, mais de 3,5 mil funcionários adquiriram alguma certificação em diversas tecnologias, indústrias e metodologias. E 2.226 estudaram inglês por meio da plataforma EF, que é 100% subsidiada pela empresa. A Accenture também abandonou o modelo tradicional de avaliação de pessoal e o ranking anual de funcionários – no lugar, entraram conversas sobre carreira e desempenho, um processo muito mais individualizado.

  • Raízen – Petróleo e energia

Filha da união de parte dos negócios da Shell e da Cosan no Brasil, a joint-venture possui 24 unidades de produção, responsáveis por gerar anualmente 4,1 milhões de toneladas de açúcar e 2,1 bilhões de litros de etanol da cana-de-açúcar. Os números superlativos se devem a uma fusão bem planejada e executada, que conseguiu otimizar os procedimentos de quase 30 mil funcionários e colocar em prática um processo totalmente integrado do setor sucroenergético, com atuação em todas as etapas: cultivo, produção, logística interna e de exportação, distribuição e comercialização. Com tantas operações para tomar conta, a Raízen incentiva a circulação entre as diferentes áreas de negócio da companhia, incentivando assim a promoção horizontal de seus funcionários.

  • Itaú Unibanco – Bancos

Fundada em 2008 após fusão entre a Holding Itaú Bancos e o Unibanco, a empresa sempre teve como objetivo ser uma gigante global, mesmo sendo criada em plena crise mundial do sistema financeiro. Apenas a operação de integração das agências custou R$ 1 bilhão, sem contar os gastos de internacionalização. A experiência ensinou ao Itaú Unibanco que existe apenas uma maneira de alcançar os objetivos de uma empresa com o seu porte: contando com o engajamento dos seus 90 mil funcionários. Por isso, a empresa procura desenvolver e atrair talentos que estejam comprometidos com a organização e alinhados à cultura da holding. O Itaú Unibanco entende que a geração atual está cada vez mais engajada com questões sociais. Por isso, procura ser uma empresa que incentiva o protagonismo e responsabilidade social.

Fonte: Exame.com/ LinkedIn