Marcado pela importância do voto feminino na eleição presidencial americana, o ano de 2012 não foi muito positivo para a igualdade de gênero quando o assunto é o topo da hierarquia das maiores empresas dos Estados Unidos. Segundo o censo anual da organização Catalyst, que mede a presença de mulheres em cargos de liderança, o ano não registrou mudanças significativas no número de mulheres nos conselhos administrativos e em posições executivas.

Pelos dados da pesquisa, mulheres ocupam apenas 16,6% das vagas de conselhos administrativos das empresas listadas na Fortune 500. Isso faz de 2012 o sétimo ano consecutivo em que esse número não apresenta crescimento. Entre cargos executivos de alto escalão, como vice-presidências e presidências, a porcentagem de mulheres é ainda menor, de 14,3%. É também o terceiro ano consecutivo em que esse número se mantém estável.

A pesquisa também identificou que, mesmo entre os cargos mais altos, as mulheres só somam 8,1% das vagas com maior remuneração. “A Catalyst entende que o que é valorizado, é bem remunerado”, explica a responsável pelo estudo, Rachel Soares. “A falta de progresso entre as posições que mais remuneram indica que as mulheres não só têm dificuldades para entrar no grupo de elite da liderança executiva, mas também encontram problemas para ocupar posições de maior poder e influência mesmo dentro desse grupo.”

O Brasil registrou apenas 5,1% de mulheres em conselhos administrativos – quarto país entre as Américas, perdendo para os EUA, Canadá e México. A porcentagem é menor do que em países como a China, onde elas ocupam 8,5% das vagas, e a África do Sul, onde a proporção chega a 15,8%. Por outro lado, o Brasil lidera o ranking das Américas de mulheres presidentes de conselhos, com 5,4%. Os Estados Unidos registram apenas 2,6% e países como Chile e Colômbia não apresentam nenhuma mulher nessas posições. Os melhores índices de presença feminina em conselhos são da Europa, onde vários países já adotam ou estudam adotar o sistema de cotas.

 

Fonte: Valor Online