SÃO PAULO – Na hora de contratar um funcionário, o profissional de RH deve considerar os aspectos profissionais e pessoais da pessoa. Entre os critérios de seleção, a formação acadêmica pode contar pontos no momento da avaliação.

A avaliação de ensino das universidades brasileiras, o RUF (Ranking Universitário Folha), reforça essa impressão. No indicador de “avaliação de mercado”, para os profissionais RH, o ensino é o aspecto mais importante em uma boa universidade e deve ter o maior peso, seguido da inovação e da pesquisa. Contudo, os cientistas acreditam que a universidade precisa buscar equilíbrio entre ensino e pesquisa.

Ranking não pode ser uma muleta

Para Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum, o ranking contribui para o conhecimento e avaliação, mas não pode ser só isso. Contratar um profissional que veio de uma universidade “famosa”, pode mostrar que o RH não quer correr riscos. Por isso, Abrileri lembra que as pesquisas podem ajudar na busca por um profissional, mas não servir como “bengala” para o RH.

Segundo Abrileri, a escolha de um profissional passa por uma avaliação “completa e complexa”. Segundo ele, é preciso ter competência técnica para o cargo e também um bom relacionamento. O profissional conquista técnica na universidade, mas os outros quesitos são adquiridos conforme as oportunidades e experiências de vida.

A gerente da Page Talent, Manoela Costa, diz que não é de hoje que existe preferência por determinada faculdade, e os departamentos de Recursos Humanos das companhias já utilizavam rankings reconhecidos e de qualidade para conhecer as instituições educacionais com melhor qualidade de ensino.

Avaliação criteriosa

Apesar de rankings que elencam as melhores instituições de ensino, o que conta em uma empresa é a prática. Para o presidente da Curriculum, o bom profissional é aquele que apresenta resultados e abraça desafios. Abrileri não desmerece a lista, até porque os dados estão e linha com a percepção do mercado, mas a avaliação do mercado é bem criteriosa. “A parte acadêmica é uma faceta entre tantas outras tão importantes”, diz.

Manoela concorda e observa que o RH precisa ter um “por onde começar” e a classificação de universidades e cursos pode ser uma boa direção, para saber qual o perfil que cada faculdade entre o mais teórico, mais “mão na massa” ou mais criativo.

Por sua vez, lembra que embora os rankings educacionais e pesquisas tenham seu valor, o mercado de trabalho precisa ter critérios em seus processos. “Paralelo a isso tem à aderência a cultura e aos valores daquela organização. Não dá para avaliar de forma excludente”, desafia Manoela.

Fonte: MSN/InfoMoney